Nos dias de hoje, num mercado de trabalho global, cada vez mais competitivo, no qual convivem quatro gerações diferentes em simultâneo e cada uma com motivações e expectativas diferentes, um dos temas que mais atenção tem suscitado na área da gestão de pessoas é a necessidade de requalificar e de redefinir os postos de trabalho para o futuro.
Sabemos que não precisamos de reinventar a roda, mas é necessário atualizar, modernizar e agilizar processos e formas de trabalhar. Então, que competências são fundamentais?
Segundo vários estudos, realizados nos últimos anos, conclui-se que as competências do futuro mais valorizadas não serão as técnicas (hard), mas as comportamentais (soft). Contudo, estas competências “soft” revestem grande complexidade, estão sempre a alterar e desenvolvê-las exige um compromisso permanente, pois sem elas dificilmente teremos sucesso, ou contribuiremos para o sucesso da organização. Então o que fazer? Eventualmente, nós profissionais da área de gestão de pessoas devemos aproveitar para nos referirmos às mesmas como Power Skills e pensar nelas dessa forma, na medida em que são estas competências que nos distinguem dos demais e esta preocupação de desenvolver, valorizar e promover as “competências humanas” deve ser entendida como uma prioridade.
Ao nível das lideranças ter pessoas com as competências adequadas é essencial para organizações de sucesso. O pensamento crítico e a resolução de problemas têm vindo a ser identificados como competências essenciais, mas para assegurar que as equipas são eficientes e produtivas num ambiente tão desafiador, a autoconsciência, empatia e resiliência são igualmente competências fundamentais que os líderes devem possuir para gerir as suas equipas de modo eficaz.
A capacidade de se conhecer a si mesmo (autoconsciência), identificando os pontos fortes e fracos, permite que os líderes entendam melhor em que medida as suas ações e comportamentos podem afetar as suas equipas e adequar o seu estilo de liderança para que seja eficaz. Por outro lado, a capacidade de entender e de nos relacionarmos com os sentimentos e perspetivas do outro (empatia) é particularmente importante, pois é crucial que os líderes sejam capazes de identificar e compreender as necessidades e preocupações das suas equipas. Ser empático implica ter a capacidade de nos imaginarmos na posição do outro. As pessoas são muito diferentes e aprender a lidar com as diferenças e aceitar as mesmas é uma qualidade corporativa fundamental devendo promover-se ambientes tolerantes com a diferença e intolerantes com a discriminação, ou qualquer forma de comportamento tóxico e julgamentos prévios. Por último, a capacidade de superar dificuldades e resistir à pressão de situações adversas (resiliência), num mundo que se carateriza por estar em mudança permanente, é uma competência essencial nos cargos de liderança, pois contribui para que os líderes sejam flexíveis e a capacidade de lidar com situações de mudança e incerteza é fundamental.
Em suma, estas competências, são fundamentais para os líderes de hoje pois ajudam a entender melhor as suas equipas, contribuem para a construção de relacionamentos saudáveis e a enfrentar desafios e incertezas, permitindo assim uma gestão eficaz e positiva das organizações que se tornam atrativas para diferentes tipos de pessoas, com diferentes tipos de motivações.
Se nos focarmos em desenvolver lideranças que se tornem inspiradoras, com certeza que iremos atrair as pessoas certas que façam o fit com o propósito e com os valores das organizações assegurando o sucesso das mesmas.